Susan Souza
Cantora lança novo disco "Sobre Amor e o Tempo" e fala ao iG da influência da mãe famosa, funk ostentação, preparação vocal e The Voice BrasilEntusiasmada, Luiza Possi divulga o novo disco, "Sobre Amor e o Tempo", o sétimo da carreira iniciada aos 14 anos. "Sempre fui precoce, comecei tudo muito cedo, a pensar, a dar conselhos, a cantar", conta em entrevista ao iG.
Luiza Possi em fotos do novo disco "Sobre Amor e o Tempo"
Foto: André Nicolau/Divulgação
Luiza Possi em fotos do novo disco "Sobre Amor e o Tempo"
Foto: André Nicolau/Divulgação
Luiza Possi em fotos do novo disco "Sobre Amor e o Tempo"
Foto: André Nicolau/Divulgação
Luiza Possi em fotos do novo disco "Sobre Amor e o Tempo"
Foto: André Nicolau/Divulgação
Luiza Possi em fotos do novo disco "Sobre Amor e o Tempo"
Foto: André Nicolau/Divulgação
Luiza Possi em fotos do novo disco "Sobre Amor e o Tempo"
Foto: André Nicolau/Divulgação
O disco tem parcerias de músicos experientes como o roqueiro Erasmo Carlos, com quem canta "Dois Em Um", e o colega do programa "The Voice Brasil", Lulu Santos, que colabora com a faixa "Tempo em Movimento". Atualmente, Luiza aparece também semanalmente na TV como assistente do cantor Daniel no "The Voice".
Aos 29 anos, Luiza, filha da cantora Zizi Possi, realça a importância da figura materna a quem agradece tanto pela genética quanto pelas "grandes causas". "Sei que ela fez um grande trabalho com minha educação, nunca me deixou pirar ou me deslumbrar. Ela foi mãe e pai por muito tempo."
Leia abaixo a entrevista.
iG: Como você situa o novo disco? Está mais romântico?
Luiza Possi: Falam que estou romântica, mais roqueira, mais triste. É muito louco quando o disco passa a não ser seu. Acho que não estou mais romântica, não na vida pessoal, mas é uma visão. O nome ("Sobre Amor e o Tempo") é uma constatação, fala sobre a visão que sempre tive das coisas.
iG: A proximidade dos 30 anos, que você fará em junho de 2014, é sentida no disco?
Luiza Possi: Não muito. Sempre fui precoce, comecei tudo muito cedo, a pensar, a dar conselhos, cantar, comecei minha vida amorosa cedo, saí de casa... Não poderia ser diferente agora. No momento as coisas estão se clareando no horizonte, estou me entendendo mais, vendo onde me encaixo dentro da MPB.
iG: Foi você que escolheu Lulu Santos e Erasmo Carlos como convidados do disco?
Luiza Possi: Foi uma coisa natural, o "The Voice" me aproximou muito do Lulu, de quem eu sempre fui fã. Desde quando comecei a procurar um repertório eu já mostrava as músicas para o Lulu. Com o Erasmo, nós ligamos para o Leo, filho dele, que mandou uma música que tinha a parte do rap do Erasmo. E então ele disse que quem produziu o disco foi meu pai (o produtor musical Líber Gadelha) e que ele queria me enviar.
iG: Qual é a influência de sua mãe em sua carreira?
Luiza Possi: Minha mãe não tinha tempo de estar em cada apresentação de balé, porque estava viajando. Hoje entendo que ela é uma grande mãe. Ela é uma mãe de grandes causas. Muitas cantoras que são mães de filhos pequenos querem saber como era a minha vida como filha. Essas horas me fazem refletir. Sei que ela fez um grande trabalho com minha educação, nunca me deixou pirar ou me deslumbrar. Ela foi mãe e pai por muito tempo.
iG: Você se prepara vocalmente?
Luiza Possi: Nunca fiz isso de ensaiar a voz do disco, não sei fazer isso. Sou muito visceral, muito intensa. (Para esse disco) cheguei lá (no estúdio) em um dia de muita raiva, gravei todas as bases em dois dias e todas as vozes em outros dois dias. Depois refiz algumas coisas, não foi assim (rápido) porque não tinha tempo, mas porque, para mim, a vida é assim, é rápido. Não tem auto-tune no disco. Cantei o que saiu naquele momento, o que estava sentindo.
iG: Você acha que o "The Voice" é um bom caminho para um artista desconhecido se consolidar? O que é preciso fazer?
Luiza Possi: Muitas pessoas, que ninguém conhecia, hoje já sabem quem são. Agora me diz quem é que está estourado? As pessoas estão querendo uma realidade de resultados que não existe nem para quem já está aí há muito tempo. O mercado está diferente, o Brasil está em outro momento cultural.
iG: O que você acha da popularização do funk e do sertanejo?
Luiza Possi: Não sou uma cantora preconceituosa de jeito nenhum, minha grande bandeira é essa. Adoro coisas de funk, de sertanejo. O que eu acho complicado é, de repente, uma coisa como o funk ostentação virar a única coisa que acontece no Brasil pela lente das pessoas que estão consumindo música por aqui. Acho muito legal que tenha entretenimento, diversidade e que as pessoas possam escolher o que querem ouvir, mas acho complicado um único estilo ocupar tanto espaço.
iG: O que você pensa do download de suas próprias músicas na internet?
Luiza Possi: Não podemos abrir mão totalmente, trabalhamos com isso, mas tudo que posso fazer para facilitar, eu faço. Quero que as pessoas ouçam as músicas e frequentem os shows, que cantem junto. Como isso vai acontecer eu não sei. Se eu vender muito, vou ficar feliz. Se não vender, mas as pessoas consumirem, está bom também. O que não dá é para os espaços ficarem cada vez menores.