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Warpaint sobre segundo disco: "Tínhamos muita energia e criatividade guardadas"

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Susan Souza

Emily Kokal fala ao iG sobre o álbum "Warpaint", a sonoridade característica da banda e o documentário que está sendo feito

Criado em 2004 a partir de uma amizade antiga entre Emily Kokal (vocais, guitarra e sintetizador) e Theresa Wayman (vocais, guitarra, teclado e bateria), o grupo Warpaint, de Los Angeles, divulga atualmente o segundo disco, que leva o nome da banda e foi lançado no começo de 2014. Jenny Lee Lindberg (vocais e baixo) e Stella Mozgawa (bateria, teclado, vocais) completam a formação.

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Formado por mulheres bonitas com idade em torno de 30 anos, o Warpaint participou da mais recente edição do festival norte-americano Coachella e está programado para tocar em eventos europeus como o espanhol Primavera Sound, os ingleses Leeds Festival e Reading e o francês Rock En Seine, entre outros festivais. O grupo também dividirá algumas noites com Nick Cave and the Bad Seeds, em junho, nos Estados Unidos.

O disco "Warpaint" sucede o EP "Exquisite Corpse" (2008) e o álbum "The Fool" (2010), tendo sido bem avaliado por publicações internacionais (nota 9 na "NME" e quatro estrelas no site "All Music"). Em "Warpaint", as canções mantêm a sonoridade indie rock experimental, como os instrumentos dedilhados carregados de delays e as camadas de efeitos eletrônicos que são a cara da banda, ainda mais destacados que em "The Fool".

"Se estiver faltando algo, continuamos (com a jam session de composição) até ficarmos confortáveis com o nosso som, esse que nos caracteriza", conta a vocalista e guitarrista Emily Kokal ao iG, por telefone. Em 2011, o grupo esteve no Brasil para dois shows (uma festa fechada no Beco 203, em São Paulo, e uma apresentação no Circo Voador, no Rio). 

Com boas conexões, o Warpaint dá passos sólidos na carreira construída ao longo de 10 anos. John Frusciante, ex-guitarrista do Red Hot Chili Peppers, foi o responsável por mixar o primeiro EP do grupo. À época, John namorava Emily Kokal. O atual guitarrista do Red Hot, Josh Klinghoffer, chegou a fazer parte do Warpaint, assim como a atriz e baterista Shannyn Sossamon (irmã da baixista Jenny), que foi uma das fundadoras.

A guitarrista Theresa Wayman também é atriz, já cantou com a banda de Vincent Gallo e atualmente namora o músico e produtor inglês James Blake. Já a baixista Jenny Lee Lindberg é casada com o videomaker Chris Cunningham (diretor de clipes do Aphex Twin, Björk e Madonna). Chris tem filmado turnês e outros momentos para um documentário artístico sobre o Warpaint, ainda sem data de lançamento.

Leia a entrevista com Emily Kokal, integrante do Warpaint.

iG: A gravação do segundo disco gerou ansiedade em vocês?
Emily Kokal: Nós temos muita sorte. Quando começamos, não tínhamos a Stella na banda, ela não gravou o primeiro disco com a gente (a baterista Stella Mozgawa entrou em 2009). Estivemos em turnê com a Stella, tocamos umas 300 músicas juntas, mas nunca compusemos um disco com ela. Todo esse tempo entre discos nós tocamos muito ao vivo. Quando chegou a hora de fazer o novo álbum, como nunca tínhamos feito músicas com ela, sentimos como se esse fosse o primeiro. Tínhamos muita energia e criatividade guardadas, tantas músicas foram surgindo, por isso fomos tão sortudas nesse sentido.

iG: Vocês têm poucas covers no repertório de shows. Preferem focar apenas nas músicas próprias?
Emily Kokal: Na verdade, isso acontece porque não conseguimos ter muito tempo para ensaiar, porque estamos em turnê o tempo todo. Quando temos a chance de nos juntar para um ensaio, normalmente preferimos aproveitar para tornar as novas músicas ainda melhores.

iG: Quando será lançado o documentário sobre a banda?
Emily Kokal: Ainda não sei, mas acho que ele gostaria de filmar mais. O Chris tem filmado essa turnê enquanto o novo disco está sendo divulgado. Não é um documentário convencional, é mais um filme artístico. Ele une ideias à parte visual e imagina como as canções seriam em forma de imagens. Nossa música fica mais como uma trilha sonora.

iG: Desde o começo do grupo vocês já tinham em mente como deveria ser o clima das músicas do Warpaint?
Emily Kokal: Acho que nossa sonoridade é um refleto da quantidade de tempo em que estamos tocando juntas. Depois de três anos com a banda, estávamos prestes a desenvolver o nosso som. O que acontece (quando compomos) é que fazemos jams juntas, é como acontece com muitos músicos, em geral. Dedicamos bastante tempo a isso e, se estiver faltando algo, continuamos até ficarmos confortáveis com o nosso som, essa sonoridade que nos caracteriza.

iG: Você chegou a ter influências das riot grrrls (movimento de bandas de rock feminista populares dos anos 1990) quando começou a ouvir rock?
Emily Kokal: Nunca fui da cena das riot grrrls ou estive em bandas assim, mas minha mãe colecionava muitos discos, ela costumava ter de tudo. Havia algumas mulheres que tocavam em grupos de rock populares nos anos 1990 que ouvia, como um pouco de Cranberries (da vocalista Dolores O'Riordan), Garbage (Shirley Manson), Hole (Courtney Love), No Doubt (Gwen Stefani). Elas estavam bastante nas rádios daquela época.

iG: Você tem outros projetos além do Warpaint?
Emily Kokal: Tenho feito muita música sozinha. Acho que todas nós temos outras ideias que são diferentes da banda. Talvez em alguns anos eu lance alguma coisa solo. É bem diferente do que faço com o Warpaint, tem bases bem mais eletrônicas, é mais centrado nas batidas.


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