Susan Souza
Adam Granduciel divulga o disco "Lost in The Dream" e fala sobre sucesso, composições e a vontade de vir ao BrasilO cantor e guitarrista Adam Granduciel, líder do grupo The War On Drugs, cita o ex-lateral esquerdo Branco, estrela do tetracampeonato conquistado pela seleção brasileira em 1994, como um de seus jogadores preferidos na infância. "Gostava muito do Branco, você se lembra dele? Adoro futebol, já fui até goleiro", conta ao iG, além de descrever sua curiosidade pelas "boas comidas brasileiras e lugares para visitar".
The War on Drugs
Foto: Divulgação
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Com vontade de apresentar ao Brasil o disco "Lost in The Dream", lançado em março deste ano, Adam quase confirma um show por aqui. "Talvez. Ninguém me avisou, mas vou assim mesmo", diz, rindo, sem se aprofundar em detalhes.
Com canções bem amarradas, "Lost in The Dream" (lançado pelo selo Secretly Canadian) mantém a identidade sonora que caracteriza o War On Drugs, com muitas camadas de efeito nas guitarras. Agora sem a participação do amigo e guitarrista Kurt Vile, o álbum já é apontado como um dos melhores do ano por publicações como a revista Spin.
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Adam e Vile formaram o War On Drugs em 2005. Vile saiu em 2009 para se dedicar à carreira solo, mas os intercâmbios musicais continuaram. Adam participou da banda de apoio de Vile, que por sua vez tocou em outros trabalhos do War On Drugs.
Depois da estreia com "Wagonwheel Blues" (2008) seguido por "Slave Ambient" (2011), "Lost in the Dream" mostra um lado ainda mais pessoal e denso de Adam, que canta sobre suas sensações após voltar de uma intensa turnê, vivenciar o fim de um relacionamento e passar por um momento depressivo.
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"Fazer música é uma grande parte da minha vida. Levei um tempo para superar os acontecimentos e entender o motivo de a vida nos botar para baixo, de entender as mudanças. (O disco) fala sobre esses tempos difíceis."
Aos 35 anos de idade e trabalhando com música há 15, Adam acredita que sua maneira de compor vem sendo modificada com o tempo. "Minhas prioridades são diferentes agora, o que me faz feliz mudou. O jeito como me expresso musicalmente soa diferente."
"Hoje tenho um retrato melhor de quem eu sou, essa é a maior diferença dos meus 20 para os meus 30 anos. Acho que ninguém de 20 e poucos entende perfeitamente o que quer da vida, o que faz feliz e quem é."
Com shows marcados até janeiro de 2015 no México (seria um indicativo de que a agenda sul-americana abrirá em seguida?), a sonoridade indie rock, experimental e eletrônica do War On Drugs vem alcançando cada vez mais reconhecimento, algo que Adam prefere não supervalorizar.
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"Tento não pensar muito (no sucesso), quero apenas fazer minha música. Agora as pessoas estão descobrindo meu trabalho, o que é ótimo por inúmeras razões, mas tento não pensar. Realmente não me importa saber o motivo de as pessoas gostarem, mas estou bastante lisonjeado."
O crescente sucesso, que tem levado Adam e seu War On Drugs a diversos países e festivais grandes como o Primavera Sound, na Espanha, e a próxima edição do Pitchfork Festival, na França, não deixam o músico apreensivo.
"Não me sinto intimidado pelo reconhecimento, sinto que tudo tem sido bastante orgânico. Como em qualquer carreira, você começa a fazer suas coisas e espera que tudo dê certo."
Formado na Filadélfia, nos Estados Unidos, cidade onde Adam continua morando, o War On Drugs ainda conta com os músicos David Hartley (baixo e guitarra), Robbie Bennett (teclado, guitarra) e Patrick Berkery (bateria).