Augusto Gomes
Músico se apresenta nesta quinta (13) no Cine Joia, em São Paulo, ao lado do baixista Timothy Lefebvre e do baterista Justin BrownO pianista Austin Peralta tinha apenas 16 anos quando gravou seu primeiro disco, em 2006. Na época, foi apontado como um prodígio do jazz e teve a companhia ilustre de Ron Carter - um dos maiores baixistas de todos os tempos - no álbum. No mesmo ano, lançou seu segundo disco, desta vez acompanhado por outro grande baixista, Buster Williams. E então saiu de cena.
"Precisei de um tempo para terminar os estudos", explica o músico, agora com 21 anos, em entrevista ao iG. No ano passado, após cinco anos sem gravar, lançou "Endless Planets". "Na verdade, considero este trabalho o meu disco de estreia. Nos dois primeiros, eu era muito novo, deixei tudo nas mãos de um produtor. Este é o primeiro álbum em que tenho controle sobre o trabalho."
Peralta está no Brasil para um show no Cine Joia, em São Paulo, nesta quinta-feira (13). Será sua primeira performance no país e ele estará acompanhado dos músicos Timothy Lefebvre (baixo) e Justin Brown (bateria). Uma formação bem diferente do quinteto (piano, baixo, bateria e mais dois saxofones) que gravou "Endless Planets".
Ouça abaixo a faixa "Capricornus", do disco "Endless Planets":
"Vou tocar algumas canções desse disco, junto com várias músicas inéditas que devem estar no meu próximo trabalho. Na verdade, não as chamaria ainda de músicas. São ideias, trechos que estamos começando a desenvolver", explica o pianista. Peralta pretende gravar o novo álbum ainda neste ano, mas ainda não tem ideia de uma data de lançamento.
"Endless Planets" foi lançado pelo Brainfeeder, selo independente de Los Angeles fundado por Flying Lotus, produtor que une o hip hop à eletrônica. Mas o álbum já estava pronto antes de Peralta integrar o selo. "Eu escrevi e produzi o disco sozinho e mostrei ao Flying Lotus. Ele gostou e disse que queria lançar."
Seu próximo trabalho, no entanto, já deve ser mais influenciado pela convivência com outros artistas do Brainfeeder. "O bom do jazz é que ele pode absorver qualquer tipo de influência e mesmo assim manter sua essência", explica. Ele também gosta da ideia de tocar para plateias que não são as tradicionais de jazz. "O público às vezes é meio careta. É bom mudar."
Para aqueles que nunca ouviram um álbum de jazz na vida, Peralta indica três - todos eles capitaneados por pianistas como ele: "The Awakening" (1970), de Ahmad Jamal; "Maiden Voyage" (1965), de Herbie Hancock; e "The Real McCoy" (1967), de McCoy Tyner. "E também vários do Chick Correa", completa.
A apresentação desta quinta em São Paulo será a única de Peralta no Brasil. Mas, em outubro, ele volta ao país para outro show. No dia 16/10, ele toca com o grupo Cinematic Orchestra no Sesc Pinheiros, em São Paulo. A banda deveria ter se apresentado na cidade em julho deste ano, dentro da Mostra Sesc de Artes, mas teve que cancelar devido a "problemas com a produção".
Austin Peralta em São Paulo
Cine Joia (Praça Carlos Gomes, 82, Liberdade)
Quinta-feira (13/9)
Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)
Horários
DJ Daniel Tamenpi – 20h
Otis Trio – 21h30
Austin Peralta – 23h