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Robert Plant reconstrói músicas do Led Zeppelin em São Paulo

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Marco Tomazzoni

Plateia lotada não se importa com diferenças e aplaude com vontade sucessos da banda

Há tempos que Robert Plant faz o que quer. O ex-vocalista do Led Zeppelin se enfurnou em sua obsessão pela música de raiz norte-americana e de lá não saiu mais. A voz de ouro do rock 'n' roll mundial, que já não era a mesma, achou um lugar aconchegante, com naturalidade, em que não soa tão diferente assim. Por isso funciona tão bem: aos 64 anos, o roqueiro inglês deixou o público do Espaço das Américas lotado, em São Paulo, emocionado, no terceiro show de sua turnê pelo Brasil, nesta segunda-feira (22).

Robert Plant durante show em São Paulo

Robert Plant durante show em São Paulo

Foto: Ag News

Robert Plant durante show em São Paulo

Robert Plant durante show em São Paulo

Foto: Ag News

Robert Plant durante show em São Paulo

Robert Plant durante show em São Paulo

Foto: Ag News

Robert Plant durante show em São Paulo

Robert Plant durante show em São Paulo

Foto: Ag News

Robert Plant durante show em São Paulo

Robert Plant durante show em São Paulo

Foto: Ag News

Robert Plant durante show em São Paulo

Robert Plant durante show em São Paulo

Foto: Ag News

Robert Plant durante show em São Paulo

Robert Plant durante show em São Paulo

Foto: Ag News

Robert Plant durante show em São Paulo

Robert Plant durante show em São Paulo

Foto: Ag News

Robert Plant durante show em São Paulo

Robert Plant durante show em São Paulo

Foto: Ag News

Robert Plant durante show em São Paulo

Robert Plant durante show em São Paulo

Foto: Ag News

É que, além de sua mistura personalíssima com a banda The Sensational Space Shifters, Plant não esquece de mostrar clássicos do Led Zeppelin. Eles aparecem estranhos, com arranjos diferentes (embora não tão radicais quanto os de Bob Dylan), e em geral só são reconhecidos quando ele começa a cantar. Aí, não importa o que aconteça, é a lenda tocando o que todo mundo queria ouvir. Uma guitarra mais pesada aqui e ali, então, traz o êxtase: o veterano tem na mão a plateia que quer.

"Tin Pan Valley" e "Another Tribe" abriram o setlist, quase idêntico aos shows anteriores, mas foi "Friends" quem primeiro estimulou o coro do público. Isso que era uma versão um tanto bizarra. Os Space Shifters defendem uma sonoridade própria, em que o rock da década de 1950 sai para dançar com Paul Simon da fase "Graceland" (1986). São banjo e violino africanos com teclado, guitarras e efeitos eletrônicos, de vez em quando solos instrumentais. Pudera o banner no fundo do palco ter cores e formas psicodélicas: é mesmo uma viagem.

Leia também: Robert Plant se inspira no blues para tocar sucessos no Rio

O painel tem estampado o rosto de Plant na juventude, e difícil crer que aquele senhor de cabelos e cavanhaque grisalhos, um Cristo de meia idade, seja a mesma pessoa. A ótima "Spoonful", do repertório do bluseiro Howlin' Wolf, deu a pista e "Black Dog", outra do Led, confirmou que a aquela voz ainda está ali. A potência não é igual, os ecos no microfone disfarçam, mas os urros de "yeah" tiram qualquer dúvida: Plant continua firme.

A linda balada "Song to the Siren" tirou arrepios, assim como "Ramble On", em que a world music deu um tempo para as guitarras dizerem que de vez em quando o hard rock ainda atinge a superfície.

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Rumo ao final, o público embecido por ouvir Plant dizer "obrigada" e compartilhar seus sucessos estava em outra dimensão. "O que está acontencendo?", perguntou o roqueiro, fazendo sinal de que havia enloquecido, "vocês estão sentindo também?".

E veio "Whole Lotta Love", que começou de um jeito, mais parecido com o disco "Led Zeppelin II" (1969), arrasador, e acabou de outro completamente diferente. Não importava mais. Até porque o bis, com "Going to California" e "Rock and Roll", foi o melhor momento de uma noite que antes já terminaria boa. Adeus calor, cansaço, velhice: mesmo que por um flash, deu para se imaginar num lugar perdido no tempo, em que todo dia era "Celebration Day".

Robert Plant toca mais uma vez no Espaço das Américas nesta terça (23), depois segue para Brasília, no Ginásio Nilson Nelson (25), passa por Curitiba, no Teatro Guaíra (27), e termina em Porto Alegre, no Gigantinho (29).

Veja também: O antes e depois de Robert Plant

Veja abaixo o setlist do primeiro show em São Paulo.

"Tin Pan Valley"
"Another Tribe"
"Friends"
"Spoonful"
"Somebody Knocking"
"Black Dog"
"Song to the Siren"
"Bron-Y-Aur Stomp"
"Enchanter"
"Gallows Poe"
"Ramble On"
"Fixing to Die"
"Whole Lotta Love"
Bis
"Going to California"
"Rock and Roll"


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