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De volta com todos os integrantes originais, banda britânica é atração de abertura da turnê da cantora; leia a entrevista do guitarrista Dan Hawkins ao iGQuando Lady Gaga anunciu a atração de abertura da turnê "Born This Way Ball", em abril de 2011, muita gente ficou coçando a cabeça, sem entender muito bem. O que a banda britânica The Darkness, que redescobriu o metal farofa oitentista no início dos anos 2000, tinha a ver com a cantora pop?
"Acho o show dela muito rock 'n' roll e seus fãs, tão rock and roll como ela", explicou o guitarrista Dan Hawkins, em entrevista por telefone ao iG.
Ele não é o único – recentemente Gene Simmons, líder do Kiss, esculhambou com a geração atual de roqueiros e disse que "a única estrela do rock agora é Lady Gaga".
Polêmico ou não, o fato é que o Darkness acompanha a cantora por toda a viagem pela América Latina, inclusive nos três shows no Brasil, no Rio de Janeiro (dia 9), São Paulo (11) e Porto Alegre (13).
A banda explodiu em 2003 com seu primeiro disco, "Permission to Land". Mistura bem-humorada do hard rock do Def Leppard, o hair metal do Twisted Sister, o glam do New York Dolls e o pop do Queen, o grupo conseguiu seu lugar ao sol incorporando a estética esdrúxula dos anos 1980 – cabelos compridos, figurinos brilhantes e a voz esganiçada de Justin Hawkins.
O som é diferente, mas a proposta lembra um bocado os brasileiros do Massacration. Um belo exemplo é o clipe do maior hit do Darkness, "I Believe in a Thing Called Love". Assista:
Com algumas outras boas músicas na manga ("Growing on Me", "Love Is Only a Feeling"), o grupo virou fenômeno na Grã-Bretanha e lançou seu segundo álbum, "One Way Ticket to Hell... and Back", em 2005. Mas o sucesso não durou: acuado pela fama e o vício em álcool e drogas, Hawkins se internou numa clínica e o quarteto implodiu. Cada um foi para seu lado.
No ano passado, um show de reunião da formação original provou que o clima era bom o suficiente para colocar a banda de volta nos trilhos. Deu tão certo que o reencontro rendeu até um disco de músicas inéditas, "Hot Cake", lançado em agosto e bem recebido por público e crítica.
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Se não teve o mesmo impacto do auge do grupo, o trabalho proporcionou shows em festivais e clubes menores. Nada comparado, no entanto, aos estádios que servem de base para a turnê de Lady Gaga.
"Gosto de tocar em espaços grandes, fico menos nervoso. Somos uma banda simples do Reino Unido. Por isso acho legal essa oportunidade que temos com a Lady Gaga de tocar em lugares distantes e maiores", comentou Dan Hawkins.
Irmão do vocalista, Dan disse que o convite para participar partiu do empresário da cantora. "Ela era fã da banda antes de nos conhecer", comentou. "Tem sido espetacular. (Lady Gaga) é realmente adorável. Dividimos os bastidores e somos tratados como parte do show, e não apenas como uma banda de abertura."
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Ansioso para tocar no Brasil, onde nunca esteve ("ouvi falar que as pessoas aí são apaixonadas por música"), o guitarrista adiantou que o público pode esperar "45 minutos de muito rock". Onipresente no repertório da banda, não importa o lugar do show, o sucesso "I Believe in a Thing Called Love" também não vai ficar de fora do setlist daqui.
Para alegria dos fãs, Hawkins diz não se incomodar com a rotina. "Pode ser irritante se você compõe um hit que realmente não gosta. Eu amo tocar essa música todas as noites."
Encalhados, ainda há ingressos para todos os setores dos shows de Lady Gaga no Brasil. A cantora chegou na quarta-feira ao Rio de Janeiro.