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Músico foi responsável por conduzir a Nona Sinfonia no dia oficial da abertura das OlimpíadasBeethoven tinha também um pouco de atleta olímpico, afirmou o maestro Daniel Barenboim, enquanto se preparava para conduzir a Nona Sinfonia e a famosa "Ode à Alegria" em Londres nesta sexta-feira (27), dia oficial da abertura dos Jogos Olímpicos.
Barenboim, 69 anos, disse ser "pura coincidência" que a apresentação das nove sinfonias em uma semana com a sua orquestra, West-Eastern Divan, no Festival de Verão BBC Proms, culmine na noite da cerimônia de abertura dos Jogos.
Mas, falando em uma entrevista coletiva na noite de quinta-feira (26), ele elogiou a ligação com os evento, dizendo que, além de tudo, executar sinfonias de Beethoven misturadas com a obra menos conhecida do compositor francês Pierre Boulez tinha demonstrado "o significado olímpico deste ciclo".
"Você pode perceber um monte de ideias nisso, sim, Beethoven, o Olímpico; é, as Olimpíadas unem as pessoas", disse o maestro israelense nascido na Argentina.
"Mas eu não acho que haja uma razão real para fazer isso, exceto pelo fato de que um ciclo muito importante das sinfonias completas de Beethoven, e uma ou duas obras, por vezes, de Pierre Boulez nos mesmos programas, apresentado logo antes das Olimpíadas, é uma espécie de afirmação da importância da música na nossa sociedade."
Barenboim acrescentou que Beethoven era uma fonte de força e esperança em um mundo que às vezes parece ter perdido o seu caminho.
"O sentimento que Beethoven me deu é de que sua música luta contra esta fraqueza humana de tentar acreditar que o que é bom, nós desejamos manter para sempre, e o que é ruim, nunca irá embora."
Ele criticou Israel pelo que, em sua visão, encarou como a incapacidade do país de tirar proveito da mudança no cenário político no Oriente Médio provocada pelas revoltas da Primavera Árabe.
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"Toda vez começamos algo novo que pode dar errado, mas antes de tudo você tem de saudar isto, e especialmente Israel, que tem afirmado por tantos anos que é a única democracia no Oriente Médio. Bem, que ótima oportunidade, perdida de novo. "
A Orquestra West-Eastern Divan é formada por músicos de todo o Oriente Médio, incluindo israelenses e palestinos, no interesse de promover a harmonia social e cultural.