Reuters
Indústria fonográfica faturou R$ 32,6 bilhões no ano passado; segmento digital mostra forte crescimentoA indústria da música deixou para trás 12 anos de queda em 2012, registrando um pequeno, mas importante aumento de 0,3% em seu faturamento, que atingiu US$ 16,5 bilhões (R$ 32,6 bi), de acordo com dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês).
A ligeira alta servirá para aliviar a pressão sobre os dirigentes das gravadoras, que viram suas vendas caírem de um pico de US$ 28,6 bilhões em 1999, sob o efeito dos downloads pela internet e da relutância do setor em aceitar a distribuição digital.
Uma vez mais foi o segmento digital que mostrou o mais forte crescimento, pela primeira vez mais que compensando o recuo na receita de vendas físicas.
"No início da revolução digital, era comum dizer que a mídia digital estava matando a música", disse Edgar Berger, presidente internacional da Sony Music Entertainment. "Bem, a verdade é que a mídia digital está salvando a música. Acredito absolutamente que isso marque o início de uma história de crescimento mundial. O setor tem todos os motivos para sentir otimismo quanto ao futuro", disse.
As vendas digitais das gravadoras subiram cerca de 9% no ano passado, ante 2011, para US$ 5,6 bilhões, respondendo por 34% do faturamento total.
O faturamento com downloads de música subiu 12%, com 4,3 bilhões de faixas compradas via download no mundo. As vendas digitais de álbuns cresceram 17%, para 207 milhões de unidades.
Serviços de música por assinatura como o Spotify e o Deezer "chegaram à maioridade" no ano passado, de acordo com a IFPI, e devem ultrapassar o marco de 10% do faturamento digital total do setor de música pela primeira vez. O Spotify tem mais de 5 milhões de usuários pagantes, ante 3 milhões no final de 2011, e é a segunda maior fonte de receita digital para o setor de música na Europa.
O Deezer também se expandiu rapidamente e atingiu os 3 milhões de assinantes em todo o mundo. Os executivos dizem que o número crescente de plataformas digitais ajudou as empresas a aumentar sua base de receita e que o surgimento de novos serviços era uma notícia positiva para o setor.
De acordo com a IFPI, o álbum de maior sucesso de 2012 foi "21", da cantora britânica Adele, que vendeu 8,3 milhões de cópias (em 2011, haviam sido 18,1 milhões).
A artista norte-americana Taylor Swift ficou em segundo lugar no ano passado, com "Red" (5,2 milhões). A banda britânica One Direction tomou a terceira e a quarta posições com "Up All Night" e "Take Me Home", respectivamente (4,5 milhões e 4,4 milhões), e a cantora norte-americana Lana Del Rey ficou em quinto, com "Born to Die" (3,4 milhões).
Nas paradas de singles digitais, a canadense Carly Rae Jepsen assumiu a liderança com "Call Me Maybe" (12,5 milhões de cópias vendidas), seguida pelo belga-australiano Gotye com "Somebody That I Used to Know" e o sul-coreano Psy com "Gangnam Style".
O brasileiro Michel Teló foi o sexto com "Ai Se Eu Te Pego".
Embora o foco tenha sido o crescimento do setor digital, as vendas de formatos físicos ainda foram responsáveis por 58% das receitas em 2012, abaixo dos 61% em 2011, e as quedas no mercado de CD em muitos países continuaram a representar grandes desafios.
A IFPI, que representa a indústria da música liderada pelos três "grandes" selos Universal, Sony e Warner Music Group, também ressaltou o papel da indústria da música na ampla explosão da mídia digital e social.