Thiago Ney
Banda liderada pelo vocalista Wayne Coyne dispensou hits e músicas fáceis em show de quase 1h30Foi um dos shows mais esquisitos já vistos em um festival no Brasil. Por quase 1h30 a banda norte-americana Flaming Lips entortou a cabeça das milhares de pessoas que assistiam à apresentação do grupo no palco Cidade Jardim, dentro do Lollapalooza 2013.
Com quase 30 anos de estrada, o Flaming Lips é das bandas não apenas das mais originais, mas imprevisíveis do rock. E essa característica foi a principal marca do show do grupo liderado pelo vocalista Wayne Coyne.
Quem aguardava hits como "She Don't Use Jelly", "Race for the Prize" ou esperava que Coyne andasse sobre a plateia dentro da famosa bolha (artifício bastante usado pelo Flaming Lips) assistiu a uma apresentação completamente diferente.
Em vez da bolha inflada, o Flaming Lips levou ao palco um boneco representando um bebê conectado a fios de luz. Enquanto isso, o multi-instrumentista Steven Drozd disparava barulhos por meio de guitarra e sintetizador.
O fato de a banda ter tocado algumas faixas de "The Terror", disco ainda não lançado, contribuiu para que a estranheza do show aumentasse. Não são músicas de digestão fácil.
As faixas mais reconhecíveis do grupo só foram aparecer com mais de uma hora de show. Vieram na sequência "Yoshimi Battles the Pink Robots Pt. 1" e "Do You Realize", balada de cortar o coração.
O Flaming Lips fez no Lollapalooza não um show para festival (em que uma banda tenta agradar os fãs que não a conhecem), mas uma apresentação para fãs, para quem mergulha de cabeça na sua psicodelia ruidosa. Esquisito.