Susan Souza
Músico americano de Virginia Beach é fã de Gal Costa; leia entrevista sobre disco que lança no País pelo selo VigilanteEm "Big Inner", trabalho de estreia do músico americano Matthew E. White, sessões de estúdio que chegaram a ter 30 pessoas em parceria foram a espinha dorsal da criação. "(O álbum) tem o poder de muitas pessoas tocando juntas em uma sala", diz o compositor em entrevista ao iG.
A voz forte, porém sussurrada, de Matthew é costurada por arranjos de coloração moderna e vintage, com referências que vão de música eletrônica a jazz. As combinações, acredita o músico, podem ser validadas pelo movimento tropicalista de alguns artistas brasileiros dos quais Matthew se declara fã.
"(Na música brasileira), para mim, há uma combinação da tradição, bem nacional, com elementos experimentais. Esse modernismo é um tipo de validação da minha música, que é bem tradicional e também almeja ser experimental", compara.
Nomes como Jorge Ben e Gal Costa, de quem cita a discografia, estão entre as escolhas de Matthew E. White. "Acho que a música brasileira dos anos 1960 e 1970 é uma das melhores músicas que já feitas", diz. "Muito do que eu faço foi influeciado por isso e devo muito a Jorge Ben (Jor)". Na música que encerra o disco, “Brazos”, há trechos de “Brother”, de Jorge Ben.
Sobre fundar o próprio selo, Spacebomb, o músico conta que seria melhor do que ter outra pessoa fazendo a produção por ele. "Queria criar meu emprego dos sonhos, o que para mim seria trabalhar todo dia com música, produção musical, fazer arte. Eu mesmo poderia fazer isso funcionar e ser uma coisa especial e divertida."
Ainda sem convites para tocar no Brasil, mas com o álbum de estreia em distribuição por aqui pelo selo Vigilante, Matthew se diz "disponível". "Eu e a banda estávamos conversando sobre lugares para onde gostaríamos de ir e o Brasil é o número um de todos nós."