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The Voice: ser o vencedor não é garantia de sucesso para um artista

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Susan Souza

Atração oferece visibilidade a artistas desconhecidos, mas produtores musicais afirmam que gerenciamento da carreira após o programa é ainda mais importante

"Não existe uma fórmula (de sucesso na carreira). Jamais diria para um artista que está começando que esse (o reality show) é um caminho. Participar do programa de talentos é um caminho possível para se promover, para mostrar a música que faz", diz ao iG a cantora Ellen Oléria, vencedora da primeira edição da edição brasileira do The Voice.

Gravações do "The Voice Brasil"

Gravações do "The Voice Brasil"

Foto: Divulgação/TV Globo

Gravações do "The Voice Brasil"

Gravações do "The Voice Brasil"

Foto: Divulgação/TV Globo

Gravações do "The Voice Brasil"

Gravações do "The Voice Brasil"

Foto: Divulgação/TV Globo

Gravações do "The Voice Brasil"

Gravações do "The Voice Brasil"

Foto: Divulgação/TV Globo

Gravações do "The Voice Brasil"

Gravações do "The Voice Brasil"

Foto: Divulgação/TV Globo

Ellen Oléria, ganhadora do primeiro The Voice Brasil

Ellen Oléria, ganhadora do primeiro The Voice Brasil

Foto: TV Globo / Divulgação

Adam Levine, de

Adam Levine, de "Maroon 5", Blake Shelton, Cee Lo Green e Christina Aguilera são os jurados e treinadores do "The Voice" americano

Foto: Divulgação

A visibilidade nacional repentina de artistas desconhecidos é considerada como a maior qualidade de um programa de talentos como o The Voice, franquia televisiva que propõe uma competição musical para revelar cantores com potencial de sucesso de massa.

A formato já foi rodado no Brasil em programas como Ídolos, Astros e Fama. O The Voice ficou popular pela versão norte-americana com Christina Aguilera, Cee Lo Green, Adam Levine e Blake Shelton no papel de treinadores. Na versão brasileira estão Lulu Santos, Carlinhos Brown, Claudia Leitte e Daniel, que são auxiliados por Gaby Amarantos, Rogério Flausino, Maria Gadú e Luiza Possi.

"Muitas pessoas, que ninguém conhecia, hoje já sabem quem são. Agora me diz quem é que está estourado? As pessoas estão querendo uma realidade de resultados que não existe nem para quem já está aí há muito tempo. O mercado está diferente, o Brasil está em outro momento cultural", diz Luiza Possi, que é assistente do cantor Daniel no The Voice e já foi jurada do Ídolos.

Carreira "pós-programa"

No entanto, se a visibilidade do artista é um trunfo a favor do sucesso do candidato - que pode sair vencedor ou apenas se destacar durante a competição -, o gerenciamento da carreira depois que o programa acaba pode ser mais decisivo do que o reality show em si. O produtor musical Marco Camargo, que esteve na bancada do Ídolos por cinco anos, diz que "gostaria de ver a sequência das carreiras pós-programa".

"Se pegarmos o Ídolos, Astros, Fama ou o próprio The Voice, cadê o sucessor? Onde eles estão? O vencedor tem de ganhar uma carreira além de ganhar o programa. Esse é o maior desafio - e também a maior frustração, porque quem vence acha que está ganhando uma carreira e um sucesso de pelo menos 10, 20 anos e, às vezes, não é nem de um ano."

Ganhar não significa ter sucesso

O produtor musical Carlos Eduardo Miranda, que tem experiência no Ídolos e Astros, destaca que "não se pode esquecer da função de diversão" do programa televisivo.

"A regra que se segue é para escolher quem vence a competição do programa e não quem vai ser um bom artista do mercado". Miranda acredita que esse formato "não dá margem para desenvolver a personalidade do artista".

"As pessoas compram mais a personalidade do que o talento vocal. A Ivete Sangalo vende porque transmite uma imagem forte." O produtor relembra que, mesmo não vencendo, o cantor Thiaguinho, que participou da segunda temporada do Fama, é um caso de sucesso. "Pode acontecer de (o participante) virar um Thiaguinho, que não ficou famoso por causa do programa, mas depois disso, porque ele batalhou."

"Eu via a aflição das pessoas até ganhar o programa, mas eu sabia, lá no fundo, que ganhar é só a ponta do iceberg", relembra Marco Camargo sobre sua experiência como jurado.

Calouros consagrados

O produtor musical João Marcello Bôscoli rememora: os programas de talento são um formato antigo que impulsionou carreiras de artistas consagrados.

"Elis Regina, Frank Sinatra e Elza Soares, por exemplo, apareceram em programas dedicados aos calouros."

Do lado dos "calouros", o cantor e compositor Guilherme Arantes diz que gosta da forma como o The Voice trata os participantes.

"(O programa) coloca artistas consagrados não como jurados, mas como parceiros. Nós, artistas, somos muito mais para o lado dos calouros do que dos julgadores. Estamos sempre na sala dos calouros batalhando por espaço."

O lado democrático da internet

Se vencer um programa de talentos não garante o sucesso posterior, um caminho possível é caprichar em vídeos para a internet. O produtor musical Dudu Borges, que produziu os hits "Fugidinha" e "Ai, se eu te Pego", de Michel Teló, destaca o YouTube como um espaço "democrático".

"Claro que há uma visibilidade incrível em programas de talentos, mas isso não é o suficiente para estruturar uma carreira. O Youtube é democrático e verdadeiro. A pessoa te assiste porque quer te ver." Na internet, uma vantagem são os custos. "É um ótimo meio de exposição tanto para quem tem um bom orçamento quanto para aqueles que não podem investir muito."

Premiação do The Voice

Ao final do The Voice, o vencedor leva um prêmio de R$ 500 mil e um contrato com uma gravadora. Nessa etapa, trabalha-se a imagem do artista como uma aposta de sucesso. "No caso de um artista revelado em um programa de TV, já partimos de um rosto e um nome conhecidos", conta Márcia Santos, diretora de marketing da Universal Music.

A gravadora fará o lançamento do vencedor da segunda edição do The Voice Brasil, que termina em 26 de dezembro. "É como se pulássemos uma primeira etapa, quando temos que cuidar da apresentação (do artista) ao mercado. É claro que todos os outros pontos estratégicos, como o repertório, continuam sendo de igual importância, para artistas revelados em programas de TV ou não."

O The Voice começou com 48 candidatos, que estão sendo eliminados semanalmente. O programa é exibido pela rede Globo toda quinta-feira, após a novela das 21h, e possui quatro fases: audições, batalhas, tira-teima e finais. Atualmente está no "tira-teima", que promove encontros ao vivo de apresentação dos candidatos e eliminação.


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