Susan Souza
Cantor foi "revivido" no mesmo dia em que seu pai, o empresário João Araújo, morreu no Rio de JaneiroEm busca de alternativas rentáveis no mundo digital, o mercado da música tem demonstrado fascínio com a possibilidade de "reviver" artistas mortos por meio de hologramas. Desde que o rapper Tupac Shakur, morto em 1997, "compareceu" ao festival norte-americano Coachella em 2012, produtores de shows buscam ídolos nacionais para resgatar. Cazuza é o nome da vez.
O cantor "protagonizou" o segundo show holográfico visto no País, que aconteceu neste sábado (30), no GVT Music - Show Cazuza (o primeiro holograma no Brasil foi o do cantor Renato Russo, em junho). O evento, marcado para às 19h no Parque da Juventude, teve um atraso de duas horas, o que gerou vaias ao discurso de abertura da modelo Mariana Weickert.
Show do holograma de Cazuza em São Paulo
Foto: Léo Franco/AgNews
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Show do holograma de Cazuza em São Paulo
Foto: Léo Franco/AgNews
Show do holograma de Cazuza em São Paulo
Foto: Léo Franco/AgNews
O show tecnológico para reviver Cazuza contou com um aparato de luzes, convidados e menções ao pai do cantor que, coincidentemente, morreu neste sábado (30). A mãe do artista, Lucinha Araújo, cancelou a vinda. Se estivesse vivo, o Cazuza teria 55 anos este ano e várias homenagens foram feitas em 2013 para relembrar sua obra, como a exposição no Museu da Língua Portuguesa.
Dentre os artistas participantes estavam Gal Costa, o saxofonista George Israel e o cantor Paulo Ricardo. A apresentação ainda foi reforçada por uma miniorquestra e os músicos Arnaldo Brandão, Leoni, Rogerio Meanda, Guto Goffi (Barão Vermelho) e Nilo Romero, que foi produtor musical e diretor artístico dos shows de Cazuza.
Veja um trecho da apresentação do holograma:
O repertório foi fechado em músicas mais conhecidas do público como "Brasil", "Codinome Beija-flor" e "Eu Preciso Dizer que te Amo", cantadas por Gal Costa, "Pro Dia Nascer Feliz", cantada duas vezes (por Leoni e Paulo Ricardo ao final), "Malandragem", por Arnaldo Brandão e "Ideologia", por Paulo Ricardo.
Músicas menos populares como "Mina", cantada por George Israel, e "Blues do ano 2000" e "Blues da Piedade" também estiveram no setlist. Para o holograma, foram reservadas cinco faixas: "Exagerado", "Faz Parte do meu Show", "Amor Amor", "O Tempo não Para" e uma repetição de "Brasil".
A impressão que se teve dos 20 minutos dedicados à projeção foi menos realista do que a tecnologia prometia, mas nem por isso frustrante.
Por ter ficado muito ao fundo do palco e com os músicos transitando em frente algumas vezes, perdia-se um pouco da perspectiva e o Cazuza holográfico parecia levemente menor do que sua altura real em vida (ele media 1,76). Porém quando os músicos tocavam ao lado da projeção, ficava mais fácil cair na mentirinha tecnológica.
O público respondeu com calor ao show, principalmente nas faixas cantadas pelo holograma e quando Cazuza "falava" com a plateia. Imagens de apresentações ao vivo foram usadas como base para a criação do holograma, assim como a voz, que foi limpada separamente, e dos movimentos de boca, que tiveram tratamento específico.
O auge do holograma, que na maior parte da apresentação emitia um brilho esbranquiçado, foi quando, ao final, uma projeção da bandeira do Brasil ficou atrás do corpo do cantor. O delineado dos braços pareceu mais real, destacou o corpo do fundo e o Cazuza holográfico ganhou mais profundidade. Ao final da música "Brasil", realmente foi possível deixar-se enganar pela tecnologia.
Conforme anunciou o espivitado Paulo Ricardo entre um pulo e outro no palco, o próximo show de Cazuza holográfico será em 19 de janeiro de 2014, na praia de Ipanema, também gratuitamente. "Vamos tocar em frente à casa de Cazuza", bradou George Israel na despedida da apresentação. Segundo a organização do evento paulistano, 35 mil pessoas assistiram ao show.